{"id":451,"date":"2017-10-26T12:28:03","date_gmt":"2017-10-26T14:28:03","guid":{"rendered":"https:\/\/hogaconstrucoes.com.br\/?p=451"},"modified":"2017-10-26T12:39:10","modified_gmt":"2017-10-26T14:39:10","slug":"cura-do-concreto-conheca-cada-tecnica-suas-vantagens-e-cuidados","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/hogaconstrucoes.com.br\/cura-do-concreto-conheca-cada-tecnica-suas-vantagens-e-cuidados\/","title":{"rendered":"Cura do concreto: conhe\u00e7a cada t\u00e9cnica, suas vantagens e cuidados"},"content":{"rendered":"
Reda\u00e7\u00e3o AECweb \/ e-Construmarket<\/p>\n
A\u00a0cura do concreto<\/strong>\u00a0\u00e9 um procedimento que visa retardar a evapora\u00e7\u00e3o da \u00e1gua empregada na prepara\u00e7\u00e3o da mistura, permitindo assim a completa hidrata\u00e7\u00e3o do cimento. Executada durante as primeiras etapas de endurecimento, a atividade pode ser realizada de diferentes maneiras, dependendo da situa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n \u201cPisos e lajes requerem muito cuidado com a cura. Em fundo de vigas e faces de pilares a aten\u00e7\u00e3o \u00e9 menor, pois s\u00e3o pe\u00e7as protegidas pelas f\u00f4rmas. Em estruturas de grande volume e pouca \u00e1rea, a cura se torna importante por raz\u00f5es t\u00e9rmicas e n\u00e3o de resist\u00eancia ou durabilidade\u201d, explica o engenheiro Paulo Helene, professor da Universidade de S\u00e3o Paulo (USP) e conselheiro permanente do Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon).<\/p>\n <\/p>\n Al\u00e9m do tipo de estrutura, o local onde est\u00e1 localizada a obra tamb\u00e9m tem que ser levado em considera\u00e7\u00e3o para escolha do\u00a0m\u00e9todo de cura<\/strong>, analisando a umidade relativa (UR) do ambiente, temperatura e velocidade do vento. \u201cCuriosamente, a \u00e9poca de maiores problemas por falta de cura em S\u00e3o Paulo s\u00e3o os meses frios de julho, agosto e setembro. Isso acontece devido \u00e0 baix\u00edssima UR e ventos mais fortes e constantes\u201d, fala o professor.<\/p>\n J\u00e1 na regi\u00e3o norte do pa\u00eds, que tem UR anual de cerca de 95%, n\u00e3o \u00e9 preciso aplicar nenhuma t\u00e9cnica de cura. \u201cEm contraponto, nas \u00e1reas secas do centro-oeste e no interior do Nordeste, a a\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre obrigat\u00f3ria\u201d, diz o engenheiro.<\/p>\n A\u00a0escolha da t\u00e9cnica mais apropriada de cura<\/strong>\u00a0passa ainda pela\u00a0an\u00e1lise do processo<\/strong>construtivo<\/strong>, verificando a\u00a0velocidade de desforma e a exist\u00eancia de elementos pr\u00e9-moldados<\/strong>. O custo e a disponibilidade local de ferramentas tamb\u00e9m precisam fazer parte da equa\u00e7\u00e3o, assim como eventuais interfer\u00eancias futuras que o m\u00e9todo de cura pode causar nas demais atividades que ocorrem no canteiro.<\/p>\n Com base no conjunto de informa\u00e7\u00f5es, o profissional respons\u00e1vel \u00e9 capaz de indicar qual a melhor t\u00e9cnica a ser empregada. Entre as mais comuns est\u00e3o a cura com molhagem constante; via aspers\u00e3o, irriga\u00e7\u00e3o ou alagamento; qu\u00edmica; a vapor; t\u00e9rmica; e com agentes internos.<\/p>\n Uma das t\u00e9cnicas mais empregadas, a\u00a0cura com molhagem constante<\/strong>\u00a0\u00e9 tamb\u00e9m aquela que gera mais d\u00favidas. A pe\u00e7a de concreto precisa estar\u00a0permanentemente em contato com a \u00e1gua<\/strong>e n\u00e3o de maneira intermitente. \u201cMolhagem constante significa sempre saturado a 100% de UR, o que n\u00e3o pode ser confundido com a mangueira de \u00e1gua na m\u00e3o de um oper\u00e1rio que molha uma \u00e1rea enquanto observa as demais secando\u201d, ressalta Helene.<\/p>\n O m\u00e9todo \u00e9 indicado para\u00a0pisos, lajes\u00a0<\/strong>e, eventualmente, para\u00a0faces verticais<\/strong>. O tempo de cura da t\u00e9cnica varia em fun\u00e7\u00e3o da resist\u00eancia \u00e0 compress\u00e3o, ou seja, at\u00e9 que a pe\u00e7a atinja, pelo menos, 15 MPa. \u201cNo caso de pisos industriais, onde a resist\u00eancia \u00e0 abras\u00e3o superficial \u00e9 fundamental, o concreto tem que curar durante 21 dias. O mesmo per\u00edodo precisa ser respeitado em estruturas expostas a ambientes agressivos\u201d, diz o especialista.<\/p>\n A\u00a0cura via aspers\u00e3o<\/strong>\u00a0tamb\u00e9m \u00e9 recomendada para\u00a0execu\u00e7\u00e3o de pisos ou lajes<\/strong>. Nessa t\u00e9cnica, sistemas de ar-comprimido s\u00e3o respons\u00e1veis por manter uma n\u00e9voa pr\u00f3xima \u00e0 pe\u00e7a de concreto.<\/p>\n \u201cOs procedimentos de irriga\u00e7\u00e3o s\u00e3o pouco recomend\u00e1veis e muito perigosos porque o oper\u00e1rio n\u00e3o consegue molhar tudo de uma s\u00f3 vez e acaba criando ciclos de molhagem e secagem, que s\u00e3o desfavor\u00e1veis ao concreto\u201d, comenta o professor, indicando que o alagamento \u00e9 o ideal. No entanto, nem sempre \u00e9 poss\u00edvel utilizar essa t\u00e9cnica devido a restri\u00e7\u00f5es no canteiro.<\/p>\n Molhagem constante significa sempre saturado a 100% de UR, o que n\u00e3o pode ser confundido com a mangueira de \u00e1gua na m\u00e3o de um oper\u00e1rio que molha uma \u00e1rea enquanto observa as demais secando<\/p>\n A\u00a0cura qu\u00edmica<\/strong>\u00a0\u00e9 a aplica\u00e7\u00e3o de produto, por aspers\u00e3o, na superf\u00edcie do concreto. A subst\u00e2ncia, que tem a fun\u00e7\u00e3o de impedir a evapora\u00e7\u00e3o da \u00e1gua, pode ser fabricada a partir de WAX, ceras, parafinas, PVA, acr\u00edlicos, estirenos, entre outros elementos. \u201cA efici\u00eancia da t\u00e9cnica pode variar entre 40% e 100% dependendo da qualidade do produto\u201d, destaca o engenheiro.<\/p>\n A alternativa \u00e9 indicada para qualquer situa\u00e7\u00e3o, j\u00e1 que apresenta como vantagem principal a facilidade de aplica\u00e7\u00e3o. \u201cTodavia, traz o inconveniente de dificultar ou prejudicar a ader\u00eancia de revestimentos, chapiscos, contrapisos, pinturas e argamassas colantes\u201d, adverte o professor. As solu\u00e7\u00f5es qu\u00edmicas usadas nessa t\u00e9cnica de cura precisam estar em conformidade com as normas ASTM, pois a ABNT ainda n\u00e3o tem uma norma espec\u00edfica para os materiais.<\/p>\n A\u00a0cura a vapor<\/strong>\u00a0ocorre com aplica\u00e7\u00e3o de UR em 100% e temperatura controlada que fique acima da ambiente \u2013 at\u00e9 o m\u00e1ximo de 70\u00ba C. \u201cA t\u00e9cnica \u00e9 bastante comum em ambientes frios, como no sul do pa\u00eds, ou quando h\u00e1 muita pressa para realizar a desforma\u201d, fala Helene, lembrando que o m\u00e9todo foi muito usado na cura de lajes durante a d\u00e9cada de 70. \u201cNo entanto, raramente \u00e9 realizado atualmente\u201d, completa.<\/p>\n O procedimento usa o princ\u00edpio da maturidade para alcan\u00e7ar altas resist\u00eancias a baixas idades. Por isso, n\u00e3o \u00e9 aconselh\u00e1vel quando se deseja resist\u00eancia elevada \u00e0 abras\u00e3o ou durabilidade da superf\u00edcie.<\/p>\n No caso de pisos industriais, onde a resist\u00eancia \u00e0 abras\u00e3o superficial \u00e9 fundamental, o concreto tem que curar durante 21 dias. O mesmo per\u00edodo precisa ser respeitado em estruturas expostas a ambientes agressivos<\/p>\n A\u00a0cura t\u00e9rmica<\/strong>\u00a0segue o mesmo princ\u00edpio de maturidade, mas \u00e9 empregada em pe\u00e7as pr\u00e9-moldadas. O procedimento demora horas e tamb\u00e9m n\u00e3o deve ser realizado se o produto final precisar de resist\u00eancia elevada \u00e0 abras\u00e3o ou alta durabilidade de sua superf\u00edcie.<\/p>\n O uso de agentes internos, como os\u00a0aditivos<\/strong>, \u00e9 alternativa que exige cuidados. \u201cPorque a efici\u00eancia \u00e9 relativa, pois as faces expostas a ambientes muito secos e com vento podem ser prejudicadas na abras\u00e3o e na durabilidade, apesar de o restante da massa estar bem curada e ter alta resist\u00eancia e durabilidade\u201d, destaca o docente.<\/p>\n As pr\u00f3prias f\u00f4rmas usadas para moldar as estruturas de concreto protegem as superf\u00edcies contra desseca\u00e7\u00e3o prematura e funcionam como procedimento de cura. Em muitos casos em que a desforma ocorre de maneira precoce, \u00e9 necess\u00e1rio aplicar algum dos m\u00e9todos de cura at\u00e9 que a estrutura alcance os 15 MPa.<\/p>\n O Brasil ainda n\u00e3o tem norma t\u00e9cnica espec\u00edfica para os m\u00e9todos de cura do concreto. No entanto, os procedimentos s\u00e3o citados e exigidos pela ABNT NBR 14931 \u2013 Execu\u00e7\u00e3o de Estruturas de Concreto \u2013 Procedimentos. \u201cExistem tamb\u00e9m as normas internacionais, como a norte-americana ACI 308\u201d, finaliza Helene.\\<\/p>\n Refer\u00eancia:\u00a0https:\/\/www.aecweb.com.br\/cont\/m\/rev\/cura-do-concreto-conheca-cada-tecnica-suas-vantagens-e-cuidados_16242_10_0<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Com molhagem constante, por aspers\u00e3o ou qu\u00edmica: antes de escolher \u00e9 preciso analisar o processo construtivo, a velocidade de desforma e a exist\u00eancia de elementos pr\u00e9-moldados Reda\u00e7\u00e3o AECweb \/ e-Construmarket A\u00a0cura do concreto\u00a0\u00e9 um procedimento que visa retardar a evapora\u00e7\u00e3o da \u00e1gua empregada na prepara\u00e7\u00e3o da mistura, permitindo assim a completa hidrata\u00e7\u00e3o do cimento. 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INFLU\u00caNCIA DO AMBIENTE<\/h3>\n
DETERMINA\u00c7\u00c3O DO M\u00c9TODO IDEAL<\/h3>\n
CURA COM MOLHAGEM CONSTANTE<\/h3>\n
CURA VIA ASPERS\u00c3O, IRRIGA\u00c7\u00c3O OU ALAGAMENTO<\/h3>\n
CURA QU\u00cdMICA<\/h3>\n
CURA A VAPOR<\/h3>\n
CURA T\u00c9RMICA<\/h3>\n
CURA COM AGENTES INTERNOS<\/h3>\n
O PAPEL DAS F\u00d4RMAS<\/h3>\n
NORMAS T\u00c9CNICAS<\/h3>\n